Título: | DO FEITO AO EFEITO-AUTOR: AUTORIA NA CULTURA DIGITAL |
Autores: | Paula Daniele Pavan |
Resumo: | Este trabalho é parte de minha Tese de Doutorado e ocupa-se do funcionamento da autoria na cultura digital sob uma perspectiva discursiva. Para tanto, estabeleço como ponto de partida a relação entre interpretação, autoria e apropriação tecnológica, levando em conta que o processo de apropriação tecnológica faz parte da ascensão autoral, isto é, considera-se não apenas o que o sujeito diz na rede, mas o modo como se apropria das ferramentas oferecidas pelo computador e pela internet para fazê-lo, colocando em jogo, em maior ou menor nível, a conservação e a movimentação dos sentidos. A fim de observar esse processo, tomo como corpus de análise recortes de dois sites indígenas que se constituem como Pontos de Cultura no âmbito da Ação Cultura Digital do Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura: o blog Ponto de Cultura Maloca Digital e o portal Índios Online. Através desses recortes torna-se possível observar a autoria enquanto simulacro (feito-autor) e autoria enquanto acontecimento (efeito-autor). Por um lado, uma autoria que não chega à historicização do dizer, pois não produz os efeitos de único, de novo e singular; e, por outro, uma autoria que leva à desestabilização dos sentidos até então produzidos, isto é, que produz na e pela rede da internet sentidos-outros. |
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Trilha Principal: | Produção Textual no Computador |
Trilha Opcional: | Linguagem e Tecnologia |
Área do conhecimento (CNPq): | |
Instituição: | Faculdades João Paulo II - Campus Porto Alegre |
Palavras-Chave: | autoria; cultura digital; Análise do Discurso. |
Mesa (1): | Marilane de Abreu Lima Miranda |
Mesa (2): | Layane Campos Soares |
O que é autoria em tempos digitais na perspectiva discursiva? É este o tema do artigo “DO FEITO AO EFEITO-AUTOR: AUTORIA NA CULTURA DIGITAL”. A partir de recortes de dois sites indígenas, a autora observa a autoria, denominando-a, enquanto simulacro (feito-autor) e enquanto acontecimento (efeito-autor). No simulacro, a autoria não chega à historicização do dizer, pois não produz os efeitos de novo e, enquanto acontecimento, a autoria leva à desestabilização dos sentidos. Ótima assunto em tempos de apropriação tecnológica!
O artigo “Do feito ao efeito-autor: autoria na cultura digital” escrito por Paula Daniele Pavan apresenta uma importante reflexão acerca do funcionamento da autoria na cultura digital, baseando-se em uma investigação sobre o discurso indígena e o discurso da informatização. A temática abordada no artigo é grande relevância social, uma vez que expõe o processo de luta travado por sujeitos indígenas que, por meio da apropriação do ciberespaço, iniciam o processo de ressignificação de sua história, com vistas à transformação social das condições de sua própria existência.
Uma excelente discussão, vale a pena conferir!
Olá Paula,
A apropriação da tecnologia para ampliação dos discursos de resistência e luta é um dos ponto positivos da nossa era digital, e deve ser feito de forma profunda, vertical, como você discute no artigo. Parabéns pelo trabalho!
Muito obrigada pelos pontos destacados, Marilane e Layane! A seara da
autoria vem me mobilizando desde a Dissertação, em que analisei o
processo de reformulação da Lei de Direitos Autorais
(http://hdl.handle.net/10183/56041), e na Tese
(https://lume.ufrgs.br/handle/10183/169945) se intensificou com o olhar
para a materialização da autoria na rede. Essa passagem do simulacro
(feito-autor) ao acontecimento (efeito-autor), analisado neste texto a partir do jogo entre o discurso da informatização e o discurso indígena, me inquieta e me faz questionar:
- Como é possível fazer essa passagem da autoria como simulacro para a
autoria como acontecimento no processo de produção textual?
- É possível
ensinar autoria? De que modo a apropriação da tecnologia influencia
nesse processo?
- É mais simples ser autor na rede digital, visto que há
um imaginário de que todos podem emitir informações?
- E, para tocar em um assunto recente, a autoria como simulacro é o que ocorre nas fake news?
Oi Paula,
Seu questionamento é muito pertinente e relevante para tempos de tantas fake news e plágio!
Parabéns mais uma vez!
Boa tarde,
O trabalho é uma importante reflexão sobre a autoria no momento que vivemos. Uma nova realidade da escrita e para literatura. Parabéns!
Olá, Paulinha!
Parabéns pelo artigo e pela tão necessária reflexão em tempos de tecnologias digitais.
A partir da leitura do teu texto, fiquei pensando na relevância de, cada vez mais, abordarmos a questão da autoria no processo de ensino-aprendizagem, em especial nas práticas de leitura e produção textual. Parece-me que mostrar aos alunos esses limites - entre o que "não chega à historicização do dizer, pois não produz os efeitos de único, de novo e singular", de um lado, e o que "leva à desestabilização dos sentidos até então produzidos, isto é, que produz na e pela rede da internet sentidos-outros", por outro lado -, pode ser um caminho para uma reflexão sobre modos de ler e escrever, o que envolve, ainda, a reflexão sobre as noções de sujeito e de língua(gem).
Um grande abraço!
Oie :)
Muito obrigada pela leitura!!
Exatamente, envolve criar meios para que no processo de leitura e produção de textos possa se dar essa passagem da horizontalidade (repetição e reprodução) para a verticalidade do dizer (transformação/novos e outros sentidos).
E é essa dificuldade que a gente encontra cotidianamente com os alunos tentando fazê-los sair da repetição, do senso comum, da estabilização para chegar ao deslocamento/deslizamentos dos sentidos, para que sejam efetivamente sujeitos autores do seu dizer...
Abração <3
Prezada Paula, bom dia!
Parabéns pelo trabalho!
Abraço,
Márcia.
Muito obrigada, Márcia!
Abraço