Título: | INSTALITERATURA: POEMAS EM VERSOS E IMAGENS |
Autores: | Ingrid Ribeiro da Gama Rangel, Carlos Henrique Medeiros de Souza |
Resumo: | O mercado editorial de livros de poemas, como aponta Jorge Viveiros de Castro (2016) é muito restrito. Desta forma, os poetas têm que buscar meios alternativos de divulgação de sua arte. A autopublicação, uma prática que ocorre desde o tempo protagonizado pelo texto impresso, passou a ter ainda mais possibilidades no ciberespaço. Se antes a opção era custear a impressão de livros ou rodar versos no mimeógrafo, na internet, o poeta encontrou um espaço mais acessível e democrático. Nessa perspectiva, o objetivo do trabalho foi verificar a incidência de autopublicações de poemas na rede social digital Instagram e analisar as mudanças que a rede pode impulsionar no processo criativo do poeta cibercultural. A metodologia foi pautada em pesquisa teórica e de levantamento de dados na rede observada. A pesquisa aponta que no espaço virtual emergem novas formas de produção literária. |
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Trilha Principal: | Produção Textual no Computador |
Trilha Opcional: | Blogs, Wikis e Redes Sociais |
Área do conhecimento (CNPq): | Interdisciplinar |
Instituição: | Instituto Federal Fluminense, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro |
Palavras-Chave: | Autopublicação. Poema. Ciberespaço. Instagram. |
Mesa (1): | Marilane de Abreu Lima Miranda |
Mesa (2): | Mhdi Ibrahim Bader Khun |
PALCOS DO EVIDOSOL/CILTEC-Online
INSTALITERATURA: POEMAS EM VERSOS E IMAGENS - Ingrid Ribeiro da Gama Rangel, Carlos Henrique Medeiros de Souza
O artigo “INSTALITERATURA: POEMAS EM VERSOS E IMAGENS” nos mostra que o poeta, diante do restrito mercado editorial de poemas tem migrado para o espaço digital. Para analisar as mudanças impulsionadas pela rede digital, eles observam autopublicações de poemas na rede social digital Instagram e conclui que têm surgido mudanças no modo de fazer poesia, enfim, novas formas de produção literária no espaço cibernético. O que acha a este respeito?
Bom dia, autores e coordenadores da mesa.
O trabalho aborda uma questão crescente no cenário editorial e nos mostra que as redes sociais são veículos para que novos escritores ganhem espaço muito antes de chegarem às livrarias.
Parabéns pelo trabalho!
Elaine Teixeira
Olá Elaine, sou Ingrid, autora do trabalho.
Sua observação é pertinente. De fato, com o mercado editorial de livros impressos limitado, os poetas têm que buscar novos espaços, meios outros de publicação.
Entre os novos meios, podemos destacar o Instagram, que acaba influenciando o processo criativo.
Entretanto, o importante é que a arte de versos não deixe de existir e de chegar ao leitor!!!!!
Um ótimo evento para você!!!!!
Olá colegas internautas, boa tarde!
Espero que a nossa pesquisa contribua com os estudos de vocês.
Eu, especificamente, estou, desde 2010, pesquisando sobre textos literários escritos para a publicação em dispositivos eletrônicos.
Pesquisamos várias redes sociais. Entretanto, para o presente evento, resolvemos destacar o Instagram.
Afinal, predominantemente de divulgação de imagens, a rede tem sido (SIM) meio de autopublicação literária!!!!!
É a literatura fluindo, correndo pela net.
No percurso, as águas entram em novos suportes, ganham novos contornos e trazem novos significados ao nosso entendimento de literatura.
Quaisquer dúvidas ou dicas, estou por aqui!!!!
Boa Tarde, Ingrid! Aqui é Martha Caroline (nos conhecemos quando eu estava fazendo mestrado na UENF... está lembrada?).
Muito interessante sua pesquisa!
Surgiu uma curiosidade: geralmente, estas publicações na rede abordam, em sua maioria, que temática? Há uma predominância temática?
Outra questão ou sugestão: há várias páginas no Facebook com o título "Slam das Minas", uma competição em que mulheres recitam sua poesia e postam também em formato escrito. Você, por acaso, chegou a ter acesso a este meio de publicação? É muito interessante. Valeria a pena investigar esta nova tendência poética!
Um grande abraço.
Olá Martha, claro que eu me lembro de você! Que bom que nos encontramos também aqui!!!! :)
Em relação às temáticas, não há apenas uma linha. Já li poemas eróticos, sarcásticos, de críticas sociais...
Entretanto, muitos poetas, principalmente no Instagram, seguem o caminho do "autoajuda" com postagens motivacionais.
Ainda não vi o "Slam das Minas", mas vou pesquisar! Obrigada pela dica!
Abraços e muito obrigada troca, suas considerações são sempre importantes!
Olá pessoal, boa tarde!
Segue o link no qual está disponível a minha tese (defendida na UENF e orientada pelos professores doutores Carlos Henrique e Pedro Lyra) sobre autopublicações de poemas em redes sociais digitais.
http://pgcl.uenf.br/2018/pdf/2018_TESE%20INGRID%20FINAL.pdf
Espero que a pesquisa fomente tantas outras!
Abraços
Olá, autores do trabalho. Parabenizo-os pelo tema, que é relevante, e pelo levantamento feito. A pesquisa de vocês nos informa de algo que é percebido, mas, talvez não se tenha dado muita importância à isso: o mercado editorial não está bom para os poetas.
Ao ler o trabalho, verifiquei que as novas maneiras de fazer poema, como o trabalho mostra, são multimodais, o que, na minha opinião, é muito mais interessante do que num livro impresso, em que muitas vezes não há imagens acompanhando o texto verbal.
Parabéns pelo excelente trabalho.
Gosto de poemas de todas as formas!
No Instagram, com textos compondo imagens, são ampliadas as possibilidades de leitura semiótica, o que é ótimo.
Acho maravilhoso que os poetas resistam e insistam em publicar seus versos. Há muito o mercado editorial tem acesso dificultado. Tanto que grandes nomes como Ferreira Gullar e Carlos Drummond de Andrade custearam alguns de seus livros.
Agora, no ciberespaço, novos meios de autopublicação surgiram e a poesia segue resistindo.
Obrigada pela troca de ideias.
Gostaria de parabenizar pelo trabalho. É excelente!
O trabalho traz, de fato, a reflexão acerca do imediatismo dos nossos dias. O ciberespaço possibilita não só uma velocidade maior na comunicação, mas também o aumento da ansiedade por um conhecimento, por informações e leituras mais concisas, objetivas, curtas e rápidas. é importante, enquanto pesquisadores, determos-nos no quanto as ferramentas digitais podem ser benéficas e maléficas para a aquisição de determinado conhecimento.
Meus parabéns!
Também me preocupo com a "liquidez" dos novos tempos.
Tento não ser nem eufórica nem pessimista em relação às redes.
Acredito que os espaços estão aí e devemos habitá-los da melhor forma possível.
Penso que muitos poetas, quando autopublicam seus versos na internet, oferecem leituras e possibilidades outras aos internautas.
Sugiro a leitura, no Facebook, dos poemas do meu orientador Pedro Lyra (que, infelizmente, faleceu no ano passado).
São versos para leitores atentos como você!
Penso que o lado ótimo da internet é a possibilidade de compartilhamento de ideias, textos, informações...
Muito grata pela sua colaboração!!!!!
A mídia social está transformando uma forma de arte em uma indústria. Os poetas das mídias sociais, usando o Instagram como uma ferramenta de marketing, não são apenas artistas - eles são empreendedores. Eles ainda ganham dinheiro principalmente por meio de publicação e eventos ao vivo, mas compartilhar seu trabalho no Instagram agora é o que abre a possibilidade para ambos. Rupi Kaur, poetisa escritora e artista da palavra falada, disse que a poesia nas redes sociais se aproxima de "administrar um negócio". Quem sabe chegue um dia em que um poeta na verdade passará mais tempo no escritório com sua equipe, supervisionando operações e gerenciar projetos, do que propriamente escrevendo. Construindo suas próprias mini marcas.
Talvez isso tenha sido inevitável com a natureza do consumo rápido no Instagram, onde você pode se deparar com uma declaração expressiva, tocar duas vezes no quadrado em que está e passar por tudo em questão de segundos; Quanto mais profunda for a afirmação, melhor. Os limites limitados de um post no Instagram incentivam a letra do tamanho da mordida, o aforismo, a cotação brevemente entregue. A maioria dos poemas do Instagram aconselha como viver uma vida melhor - como passar de um coração partido, como acreditar em si mesmo, como perseguir os próprios sonhos. Em uma plataforma cheia de estilos de vida idealizados em comida, viagem e moda, a poesia apresenta ainda mais filosofias aspiracionais.
Acho que é muito impossível prever, enquanto os primeiros poetas do Instagram ainda estão trabalhando, como a indústria está mudando radicalmente pelas mídias sociais e se as transformações serão duradouras. Mas os triunfos de poetas são inegáveis.
Muito bom o trabalho apresentado, parabéns.
Bom dia, Diego!
A sua reflexão é extremamente pertinente.
Eldes Saullo (2015) acredita que poesia vende, mas que os poetas - em sua maioria - não gostam de fazer marketing, propaganda de seus versos. Ferreira Gullar, reportando-se a livros impressos, afirmou que poesia vende pouco e poeta desconhecido, quase nada.
Na minha pesquisa sobre autopublicações de poemas em redes sociais digitais, dedico um capítulo aos conceitos poema e poesia. Recorrendo a autores como Pedro Lyra (1992), Massaud Moisés (2000) e Alfredo Bosi (2015) busco compreender se o que se tem visto nas postagens são poemas ou apenas publicações com poeticidade, poesia.
Questões conceituais à parte, penso que a internet é um meio acessível de autopublicação, é uma alternativa para um gênero que tem - historicamente - acesso restrito ao mercado editorial.
Preocupo-me com a qualidade dos textos, com a massificação da arte, com a atenção exagerada dos poetas aos receptores ciberculturais (quando poemas deveriam ser líricos)...
Temo que, em prol de curtidas e notoriedade, poetas minimizem a "substância" de seus versos para que a leitura seja facilitada.
É tudo muito recente! Nossas pesquisas terão que continuar!
O que posso dizer é que os poetas não terão que recorrer ao mimeógrafo ( como nos anos de 1970) para fazer seus versos chegarem aos leitores, há espaços virtuais de autopublicação. Em contrapartida, o meio pode impulsionar adequações textuais, utilização de outras linguagens... O meio nunca é neutro. Suportes não são apenas canais, eles interferem na construção e no entendimento da mensagem (já dizia McLuhan!).
Do mais, só posso (como amante da poesia) esperar que os poetas usem a internet com sabedoria. Que os poemas não se tornem deveras superficiais e funcionalistas (percebo o tom de autoajuda em muitas postagens e não acho que esse seja o melhor caminho para a arte dos versos).
Novamente, agradeço a sua colaboração!
Muito obrigada, mesmo!