Autores: | Alisson Gutemberg |
Resumo: | A história do telejornalismo brasileiro, como apontam Francisco Machado Filho e Mayra Ferreira (2012), se confunde com a implantação da televisão aberta no país. De modo geral, trata-se de um modelo de negócios que fora estruturado por patrocinadores e amparado pela lógica publicitária (SOUZA, 2004). Contudo, com o advento da cibercultura, e a emergência de diferentes telas, o telejornalismo tem passado por um processo de reconfiguração; com o intuito de se adaptar e expandir as potencialidades em um novo contexto conectado e multimídia. Basicamente, essa nova realidade tem desafiado o modelo de negócios estruturado durante a era da Cultura de Massa (ADORNO; HORKHEIMER, 2002). E, entender como tem se dado esse processo, em meio a um contexto pós-massivo (LEMOS, 2007), é o objetivo deste texto. Para tal, a partir do trabalho de Edna Silva et al (2018), discute-se as diferentes fases do telejornalismo online e o seu processo de expansão. |
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Trilha Principal: | Jornalismo na Internet |
Trilha Opcional: | |
Área do conhecimento (CNPq): | |
Instituição: | UFRN |
Palavras-Chave: | televisão; telejornalismo online; cibercultura |
Mesa (1): | Marcus Guilherme Pinto de Faria Valadares |
Mesa (2): | Ludmila Ferrarezi |
Boa tarde. Sou o autor do texto. Gostaria, primeiramente, de saudar a mesa. Em seguida, me colocar à disposição para sanar qualquer dúvida e / ou questão referente ao trabalho.
Desejo um grande evento!
Em primeiro lugar, parabéns pelo texto.
Uma dúvida que o seu trabalho me despertou.
O alçamento da figura do público a protagonista ou coadjuvante (leitor/telespectador que grava com seu próprio celular um incidente: a enchente no bairro, o acidente que ganhou repercussão etc.) me parece diretamente relacionado a essa ocupação da internet pelo jornalismo audiovisual. No entanto, a figura do jornalista como sendo ele próprio a notícia (os bastidores do jornal, as reportagens sobre a vida dos jornalistas, os programas que tematizam o próprio fazer jornalístico) me parece um fenômeno anterior, apenas potencializado pelas redes sociais na internet. Estaria errada essa avaliação?
Obrigado pela atenção.
Bom dia, Marchiori.
Obrigado!
Concordo com você. Também observo o advento de um jornalismo online como potencialização de práticas que, em certo sentido, ocorriam em contextos offline. Como é o caso de sua colocação.
Grato pela atenção. :)
Olá! O tema abordado no fórum é interessante e despertou algumas questões que podem ser debatidas:
1) No âmbito da pesquisa realizada, a confluência do meio jornalístico tradicional com o digital, além das mudanças no modelo de negócios, provocou mudanças no público consumidor de notícias?
2) Que mudanças tal conjuntura trouxe para a sociedade em geral e suas formas de lidar com o fato jornalístico?
Bom evento a todos!
Boa tarde, Ludmila Ferrarezi.
1) Creio que sim. Hoje, a relação do público receptor, com o processo de comunicação tradicional, ocorre de forma distinta. Há uma nova relação do público com a informação, justamente por conta das novas possibilidades comunicativas que emergiram com o advento da cibercultura. Por exemplo: atualmente o público dispõe de um número muito maior de conteúdo/informação e isso tem um impacto significativo no processo comunicacional.
2) Uma mudança interessante é justamente um tipo de consumo de notícia muito mais ativo que em épocas precedentes. Por dispor de um número maior de informações, a passividade do público, diante do fato narrado, torna-se uma atitude cada vez mais escassa. Além disso, houve também uma ampliação significativa dos canais de transmissão de conteúdo e isso amplia os recortes, as narrativas, para um mesmo fato. Tudo isso contribui para o jogo democrático. No entanto, ainda assim, não podemos achar que tudo é perfeição e que não há problemas nesse processo; a "explosão" de fake news, por exemplo, nos demonstra a complexidade do cenário.
Olá Alisson, obrigada pelas respostas e por ter participado do evento!
Até a próxima edição!
Parabéns pelo trabalho.
Obrigado!
Prezado,
Gostei da descrição bem atualizada que você faz do jornalismo expandido. É cada vez mais comum as pessoas se informarem utilizando o YouTube, por exemplo. Sem contar com os podcasts, uma nova onda nesse que parece ser um tsunami.
Seu trabalho leva a pensar se os problemas há muito evidentes no jornalismo convencional não serão repetidos nesse novo formato. Incomoda-me ver tanta gente se informando a partir das plataformas de influenciadores digitais. Apesar de "independentes" em relação às grandes corporações hoje incriminadas, não aparentem ter compromisso, vários deles, com a produção de informação de qualidade.
Exato, Pedro.
Nós temos um contexto que representa avanços, sem dúvida. Mas, por outro lado, há o risco de se ter um tipo de informação sem compromisso com os fatos, por exemplo. Por isso, trata-se de um fenômeno complexo.